Wednesday 20 May 2015

A Lei dos esfíncteres (segundo Ina May)


Segundo as observações da parteira americana, Ina May Gaskin, que nos anos 70 revolucionou a obstetrícia e se tornou famosa através do livro ´Spiritual Midwifery’, o útero e o colo do útero têm um comportamento semelhante ao dos esfíncteres como a bexiga, o reto e o ânus – músculos que retêm algo até que um estímulo cause a sua abertura e a libertação do seu conteúdo.
Estes órgãos bem como o útero e a vagina, funcionam melhor sob certas circunstancias como:
(1) ambientes íntimos, calmos e em privacidade;
(2) não respondem a comandos ou ordens;
(3) podem fechar involuntariamente se a pessoa se sente ameaçada, embaraçada ou perturbada;
(4) o relaxamento dos maxilares está ligado ao relaxamento dos músculos da vagina e ânus - o riso é uma das melhores maneiras de relaxar estes músculos;
(5) em situações de stress os músculos dos esfíncteres tornam-se tensos. 
Isto demonstra que o ambiente em que a mãe dá à luz, bem como o seu estado psicológico têm uma grande influência no processo do parto.
Segundo, Ina May o mais importante durante o trabalho de parto é que mãe se sinta apoiada e segura, bem como apreciada e encorajada- este deve ser o papel da/o companheira/o, doula e do pessoal médico presente.

Fontes:
Effective Birth Preparation, Maggie Howell, 1999.

Monday 18 May 2015

O que constitui uma boa experiencia de parto?


Todas as mulheres em qualquer parte do mundo desejam que a sua experiencia do parto seja especial, maravilhosa e memorável, independentemente de planearem um parto natural, um parto induzido ou uma cesariana.


Segundo vários estudos feitos em paises tão diversos como Reino Unido, China, França, Arábia Saudita, etc, o modo como cada mãe avalia a sua experiencia do parto: como uma experiencia positiva, negativa ou traumática, depende de dois factores principais. Estes factores são:
  1. Se as expectativas da mãe em relação ao parto coincidem com o que realmente sucede. 
  2. Se a mãe sente que esteve envolvida nas decisões que foram tomadas em relação aos cuidados durante o parto, mesmo se estes cuidados ou intervenções não faziam parte do seu plano inicial. 
Os estudos indicam que quando as mulheres avaliam a sua experiencia de parto, o nível de dor durante o parto é considerado menos importante do que sentirem-se impotentes relativamente às decisões que são tomadas. Assim sendo, o sentimento de impotência parece ser o mais determinante na avaliação da experiencia do parto. 

Com base nestes resultados, cientistas belgas concluiram em 2007 que, não é a condução do parto através da redução da dor, que leva a um sentimento de satisfação relativamente à experiencia do parto, mas sim o empoderamento das mulheres, permitindo a sua participação activa nas decisões que são tomadas. 

Estes estudos indicam também que os profissionais de saúde têm perspectivas diferentes das mães em relação à experiencia do parto, sendo no geral mais favoráveis a intervenções médicas e menos propensos a ir ao encontro das necessidades da mãe. 

Por esta razão é muito importante que a grávida e o/a acompanhante expressem claramente e honestamente ao pessoal médico as suas emoções e expectativas, incluindo receios, frustrações, incertezas e sentimentos negativos. Criando-se assim uma oportunidade para que os profissionais de saúde possam mais adequadamente responder humanamente as estas emoções, desejos e necessidades. 



Fonte: The Doula Guide to Birth: secrets every pregnant woman should know, Ananda Lowe & Rachel Zimmerman, Bantam Books, 2009, USA.

Saturday 16 May 2015

Sabia que ...


Nos Estados Unidos e Inglaterra no início do século XX, a mortalidade materna era mais baixa nas classes sociais mais pobres, onde os partos eram assistidos por parteiras com o apoio de outras mulheres.


A maior causa de mortalidade para as mulheres eram as infecções contraídas durante o parto e os médicos aumentavam esse risco devido a práticas obstétricas inadequadas e falta de higiene. Esta situação só se alterou com a introdução dos antibióticos a partir da década de 30. 


 

Segundo Sheila Kitzinger*, o parto começou a ser medicalizado tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos no final do século XIX. Até esta altura o nascimento estava no domínio das mulheres e parteiras, que davam essencialmente apoio emocional e encorajamento, ajudando a mãe a permanecer móvel e a mudar de posição, aplicando compressas e administrando ervanária e massagem.